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A cova do congro

Chove

Sinto hoje, na minha pel, as ondas e o vento e as pingas de chuvia a caer sobor do mar. Sinto nos méus osos o rugir da marea nas pedras. Sinto os risóns e as hélices dos barcos e os anzóis e os aparelhos que ranhan chan. E os remuinhos de area e o batir das algas. E os chumpos dos cormoráns.
E tudo, tudo iso me doe.
Nom tenho pálpebras, nen orelhas, nen porta. Estou nú. Deus! como quixera hoje pechar os olhos, os oubidos, a cova.
Estou nú.
Estou nú.
Estou nú.

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